Pois é, amigo Ronald! Acho que estou
entrando pro time.
Lembro que na juventude eu adorava um
lanchinho. Tinha hambúrguer, ovo, bacon, presunto, calabresa, catupiry, uma
beleza. Comia tudo e lambia o saquinho (aquele molho que juntava catchup,
mostarda e vinagrete), esvaziava a latinha de coca-cola e ia dormir. Fiz isso
muitas vezes. Eu tinha até conta no hamburgueiro do bairro.
Hoje em dia, raramente como um desses.
Prefiro as saladinhas, os grelhados... Mas, quando como, não preciso de dez
minutos para diagnosticar que alguma coisa vai mal, que preciso de um antiácido
urgente.
Tem outra coisa que a minha mulher pega
no meu pé: dormir com a janela aberta. Quando tá muito calor é uma delícia, mas
eu noto, mesmo sem levantar da cama pra fechá-la, que de madrugada o quarto
esfria. Por causa disso, ultimamente, antes de pegar no sono, eu já fecho a
bendita. “O tal ventinho nas costas”, falo pra ela. “É perigoso. Eu sempre
acordo com a garganta arranhando”. “Que coisa de velho!”, ela retruca.
Outro dia eu mesmo me senti o artilheiro
desse time de gigantes. Saindo pra almoçar, notei que o céu estava cinzento.
Não titubeei e levei meu guarda-chuva. O tempo é um ingrato. Não é que
saindo do restaurante, o sol brilhava como nunca que chegava até a arder o
cocuruto?! E o que fazer com aquela peça de museu de quase 1 metro? Pra piorar a
situação, eu não tinha um guarda-chuvinha desses de pôr no bolso, mequetrefe,
descartável. Era uma bela de uma peça, enorme, cara, preta como um corvo, que
num estádio de futebol protege os dois da frente, os dois de trás e os dois do
meio, herança de meu falecido pai.
Dia desses um colega de trabalho me disse
que na escola ele era craque em fazer trabalhos com o Excel. Fiquei pensando,
pensando, e me lembrei de que no meu tempo nem computador tinha. Quando
precisava fazer trabalho de escola, eu ficava horas na biblioteca copiando o
danado do livro na folha de papel almaço.
Agora, você chegar pra tomar café, e já
encontrar as caixinhas coloridinhas de remédio bem ao lado de sua xícara, pra
não esquecer, visto que sua memória não é mais a mesma, aí não tem jeito.
Você se lembra de sua agenda médica
para o ano. Você lembra que ano passado deu cano na maioria de seus amigos.
Sim, porque o médico já se torna amigo do peito, de tanto contato que você
passa a ter com ele. Lembra-se do cardiologista, do oftalmologista, do
dentista, do urologista, e, seguindo os conselhos da sua mulher, do
endocrinologista e do nutricionista. Ah!, e a consulta com a terapeuta
floral...
Enfim, meus amigos, um minuto de
reflexão basta: entrei pro time. E com muito orgulho!!!
Mas bermuda com camisa social? Pelamordedeus,
isso também não!!!
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